Poema: A doce canção (Cecília Meireles)
"Pus-me a cantar minha pena Com uma palavra tão doce, de maneira tão serena, que até Deus pensou que fosse felicidade - e não pena! Anjos de lira dourada, debruçaram-me da altura. Não houve, no chão criatura de que eu não fosse invejada, pela minha voz tão pura. Acordei a quem dormia, Fiz suspirarem defuntos. Um arco-íris de alegria da minha boca se erguia pondo o sonho e a vida juntos. O mistério do meu canto, Deus não soube, tu não viste. Prodígio imenso do pranto: - todos perdidos de encanto, só eu morrendo de triste! Por assim tão docemente meu mal transformar em verso, oxalá Deus não o aumente, para trazer o Universo de pólo a pólo contente!" "versos do poema de Cecília Meireles"