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Mostrando postagens de abril 15, 2009

O silêncio dos intelectuais (Adauto Novaes)

Ora, se a situação do intelectual hoje é complicada, se sua condição está em cheque, é porque ele fez uma série de escolhas que o conduziram a isso. Vejamos, de maneira sucinta, algumas delas: A primeira e uma das mais importantes é a apontada pelo filósofo alemão Peter Sloterdijk : pensando a revolução, o intelectual contemporâneo errou de alvo: ela estava sendo conduzida não pelo proletariado, mas pela técnica. No fim, o jogo foi feito, a revolução aconteceu e os intelectuais revolucionários não perceberam o que se passava. Muitos elementos nos levam a crer, escreve Sloterdijk , que deixamos o espaço das revoluções políticas para entrar no das revoluções técnicas e mentais – o que obrigatoriamente põe fim ao papel clássico do intelectual. Sloterdijk acerta no diagnóstico, mas deixa muitas dúvidas quanto ao significado do termo ‘intelectual’, uma vez que, para ele, “o revolucionário profissional hoje é o designer ou o consultor, e suas missões não têm nenhuma relação com o antigo esta