Débora e Baraque.

Leitura bíblica: Juízes: 4. 2.
- E o Senhor os vendeu na mão de Jabim, rei de Canaã, que reinava em Hazor; o chefe do seu exército era Sísera, o qual habitava em Harosete dos Gentios.
3. Então os filhos de Israel clamaram ao Senhor, porquanto Jabim tinha novecentos carros de ferro, e por vinte anos oprimia cruelmente os filhos de Israel.
4. Ora, Débora, profetisa, mulher de Lapidote, julgava a Israel naquele tempo.
5. Ela se assentava debaixo da palmeira de Débora, entre Ramá e Betel, na região montanhosa de Efraim; e os filhos de Israel subiam a ter com ela para julgamento.
6. Mandou ela chamar a Baraque, filho de Abinoão, de Quedes-Naftali, e disse-lhe: Porventura o Senhor Deus de Israel não te ordena, dizendo: Vai, e atrai gente ao monte Tabor, e toma contigo dez mil homens dos filhos de Naftali e dos filhos de Zebulom;
7. e atrairei a ti, para o ribeiro de Quisom, Sísera, chefe do exército de Jabim; juntamente com os seus carros e com as suas tropas, e to entregarei na mão?
8. Disse-lhe Baraque: Se fores comigo, irei; porém se não fores, não irei. 9. Respondeu ela: Certamente irei contigo; porém não será tua a honra desta expedição, pois à mão de uma mulher o Senhor venderá a Sísera. Levantou-se, pois, Débora, e foi com Baraque a Quedes.
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• No tempo dos juízes, Israel enfrentava muitos paradoxos em sua vida, que era conduzida como um pêndulo,  que ora consistia em seguir aos desejos de se misturar com os povos pagãos, ora se via em aperto e aflição por causa de suas miscigenações e buscava auxílio ao seu Deus!
Quantas vezes não acontece conosco, de tomarmos decisões acerca do melhor caminho, e por seus enfeites aparentes, e no fim nos darmos bem mal. Israel vinha observando passar por suas ruas e vielas, aquelas belas moças virgem, desfilando suas sensualidades, fazendo o povo desejar seus manjares e culturas e maneiras de conquistarem aquelas nações, e assim se misturarem, desobedecendo a ordem de Jeová. No fim, era uma armadilha para os inimigos conquistarem a nação do povo de Deus. O povo clamava, e Deus por sua misericórdia, pois o povo não era digno, libertava-os de suas aflições. Mas, há um fato interessante que se deve observar nas libertações, Deus sempre utilizava o “Inusitado” para agir:

1° Levantava dentre eles mesmos o Libertador; 2° Usava os aparentemente desqualificados para a missão;

• Deus não faz acepção de pessoas, pode usar grandes e pequenos. Usou Otniel o sobrinho de Calebe. Levantou Eúde, líder da menor tribo, Benjamim, canhoto, com um tributo, um punhal e um segredo ao curioso e déspota rei Eglom. Aos andarilhos Filisteus, Sangar matou-os com um “Aguilhão de boi”. E desta feita, usou uma mulher, por nome Débora, uma profetisa, que trouxe uma mensagem de vitória a Baraque, o mesmo não acreditou que seria capaz, e solicitou que ela estivesse entre eles, para ter certeza de que venceria. A profetisa ao perceber o vacilo, profetizou que por mão de uma outra mulher Deus daria a tão desejada vitória.

Durante toda a trama narrada no livro dos Juízes, percebemos, que o inusitado propósito de Deus prevalecia, para mostrar que tudo estava no controle do Senhor dos Exércitos, que a princípio, estava treinando o povo de Israel para o seu comando! Não devemos confiar na carne, ou seja, em nossas estratégias  ou nos desesperarmos em nossos medos. Pois a vitória vem das mãos de Jeová!

*** Baraque dispõe seu exército de 10.000 soldados no monte Tabor, ao sul. O general do Sísera, com seu poderoso exército de novecentos carros de ferro, além de soldados fortemente preparados são atraídos para o certame. Como naquela época, o leito do rio Quisom estava seco por conta da estação, a milícia usou-a como caminho para batalha, ao sul de Harosete, rumo a Taanaque. Os israelitas do lado do sul, de Efraim, entraram na guerra no vale de Jenim, para ajudar Baraque. Mas, quem deu o brado de guerra foi a profetisa Débora. O inusitado acontece novamente, “Homens a pé, contra Carros de Ferro!” Se fosse nos dias de Hoje, seriam "Homens contra tanques de guerra!".

    ☆No crepitar dos espinhos ardentes da batalha, troveja nos céus e as monções celestiais, retumbam as fortes torrentes de águas em direção ao certame  que se mostrava incólume. Chuvas torrenciais enchem os vales, iniciando assim um tremendo atoleiro aos carros, que enfrentavam o exército invisível de lamas...

》》》》Neste tipo de terreno, somente os soldados treinados da infantaria, conseguiriam avançar. Vendo-se incapacitado, Sísera, separa-se do exército principal e foge. Sem líder para os comandar, os soldados cananitas abandonam o carros e lutam a pé, não para vencer, mas para fugir. Os fugitivos não contavam que o caminho percorrido agora havia se transformado numa forte correnteza, e o ribeiro de Quisom arrastou e destruiu os soldados que queriam chegar a Harosete (juízes 10.16).

O general do exército, Sísera, enquanto estava fugindo da peleja, encontrou pelo caminho um abrigo, era a tenda de Jael, uma mulher. Esta, sabendo da peleja, e reconhecendo o general por suas vestimentas. Teve uma idéia para destruir o inimigo de Israel. Oferecendo-lhe abrigo, comida, bebida e ainda um cantinho para descansar, e sem desconfiar adormeceu. Jael, usando uma estaca da sua tenda e um martelo, desferiu o golpe que resultou no cumprimento da profecia de Débora:

“Por mão de uma mulher, Deus entregaria Sísera, nas mãos de Baraque”

Vejamos os inusitados nomes dos personagens:

Debora: Abelha
Jabim: Inteligência e Razão Humana
Baraque: Relâmpago
Jael: Escaladora, Estaca
Estaca: Nossa única ferramenta na tenda
Martelo: A força da palavra de Deus! (Jeremias 23.29).

O poderoso Deus utiliza-se de uma abelha, para derrotar a inteligência, quando em sua exaltação na arte da guerra, foi atacado pelo relâmpago da providência divina, em sua fuga a sabedoria busca sempre refúgio nas tendas calmas das colinas, sendo em seguida derrotado pelas estacas pontiagudos cravadas em suas fontes pelo peso do martelo que esmiúça até as penhas!
(Paráfrase do livro: Comentário Bíblico do Antigo Testamento, William MacDolnald, 1° ed, pág. 179-181, Mundo Cristão, 2011.)

Enfim, o final de toda peleja contra o povo de Deus, sempre será de festa... festas e mais festas. O inimigo, aprisiona e escraviza, mas Deus sempre levanta um libertador, onde o inimigo nem imagina, e as vezes nem mesmo estamos preparados para aceitar tal origem. Agindo Deus quem impedirá! (Isaías: 43. 13. Eu sou Deus; também de hoje em diante, eu o sou; e ninguém há que possa fazer escapar das minhas mãos; operando eu, quem impedirá?)

• O inimigo veio para matar roubar e destruir... e ele destrói mesmo e sem dó nem piedade. Principalmente quando ele percebe uma potencial ameaça, mas Deus tem seus métodos inusitados de trabalhar. Vestiu ao nosso Senhor, de tamanha humildade que sendo o Leão da tribo de Judá, teve a aparência de ovelha, pronta para o matadouro (Filipenses 2.5-8). O Cordeiro e Leão! O nosso adversário procurou acabar com o cordeiro, mas na cruz logo após a sua morte, ele ressuscitou como o Leão de Deus, rugindo para libertar das ânsias da morte a humanidade que vivia com medo e por toda a vida sujeito a escravidão! (Hebreus: 2. 15. e livrasse todos aqueles que, com medo da morte, estavam por toda a vida sujeitos à escravidão).

Pegou Jesus, a cédula (certidão) que garantia ao possuidor o direito de nos condenar, e cravou-a consigo na cruz e em público (Colossenses: 2. 14. e havendo riscado o escrito de dívida que havia contra nós nas suas ordenanças, o qual nos era contrário, removeu-o do meio de nós, cravando-o na cruz; 15. e, tendo despojado os principados e potestades, os exibiu publicamente e deles triunfou na mesma cruz.) para que todos vejam que o Cristo da Cruz é o que se deixou vencer da morte, para depois triunfar sobre ela, trazendo ressurreição e vida abundante para todo aquele que nele crê!

Glórias a Deus nas alturas eternas!

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