A SHEKINAH... Russell Norman Champlim.

I. O Termo no Hebraico;
II. Motivos para o Uso do Termo;
Ill. Shekinah's do Antigo Testamento;
IV. Usos no Talmude;
V. Shekinah's do NovoTestamento.

I. O Termo No Hebraico:

Moradia ou presença, ou "Aquilo que vive". Esse termo não é encontrado na própria Bíblia, mas descreve amplamente as situações bíblicas de manifestação divina. Apareceu pela primeira vez nos Targuns (traduções, comentários dos rabinos) e no Talmude. Do uso aprendemos algo sobre o que os hebreus pensavam de como Deus se manifesta no mundo. Tanto os judeus da Palestina como os da Babilônia empregaram a palavra para expressar a Inerência e a Atividade divina em contraste com as idéias teóricas de Sua natureza. Em outras palavras, o termo nos lembra sobre como Deus está com os homens, em vez de como Ele é transcendente e está acima deles, o Desconhecido Essencial. Termos alternativos são "A glória de Deus", "A palavra de Deus", ambos sugerindo como Deus se manifesta, mas não dizendo muito sobre a natureza divina.

II.Motivos parao Uso do Termo:

O uso desse termo provavelmente foi ocasionado:
1° pela reverência: um homem diz o que ele pode sobre como Deus se revela sem se envolverem investigações proibidas;
2°. pela necessidade de visualizar Deus como quem cuida do homem, ou seja, Ele está próximo, e não é uma deidade distante, sem interesse no homem;
3°. por um veículo para expressar o conceito do teísmo em vez do deísmo: em outras palavras, o Criador ainda está presente em sua criação para intervir, recompensar ou punir. Isto é, Ele não abandonou sua criação aos cuidados de uma lei natural, impessoal;
4°. para evitar o antropomorfismo. Mas o termo assumiu, em muitos escritos, um significado quase independente (significado pessoal), porquanto o que estava sendo evitado recorria como um virtual "Ser" presente com atributos humanos. Em outras palavras, em um esforço de falar sobre Deus como um Ser pessoal que tinha atributos humanos, muitos autores criaram um "Ser" pessoal, que se manifestava, a ser descrito em termos humanos o quanto mais possível. Nos escritos iniciais, este "Ser" não era visto como um intermediário, mas isso, por fim, também se tomou parte dadoutrina.

III. Shekinah's doAntigoTestamento:

1. A glória de Deus era uma expressão alternativa; e a palavra de Deus foi a mensagem que a manifestação trouxe (Lev. 26.11, 12). Ambas as expressões assumiram fortes conotações teístas.
2. A face de Deus, que naturalmente traz com ela óbvias descrições antropomórficas. Ver (Núm. 6.25; Deu. 1.17, 18. 3). A arca da aliança era o local para a manifestação da Presença ou Shekinah (Núm. 10.35,26).
4. A nuvem que guiou Israel no deserto foi uma manifestação de Shekinah (Êxodo 13.21,22).
5. A glória de Deus que se manifestou no tabernáculo, em locais sagrados, oráculos, altares e, finalmente, no templo, era Shekinah. Houve então manifestações a indivíduos na "forma de visões e sonhos", o aparecimento do anjo do Senhor (Exodo 13.21; 14.19,24),e especialmente as experiências de Moisés no monte Sinai (Êxo. 24.15·18), onde o Shekinah se manifestava Ver ainda a experiência de Abraão em Gênesis 18; e a de Hagar em Gênesis 16.7-14. A experiência de Jacó em Betel é outro excelente exemplo (Gênesis 28).

IV. Usos no Talmude:

A variedade de experiências místicas descritas sob a Seção Ill, que as pessoas na época do Antigo Testamento tinham, eram rotuladas de Shekinah pelos Targuns e pelos autores responsáveis por escrever o Talmude. O Mishna, a parte mais antigado Talmude (ver) apenas usa a palavra duas vezes. Ela data de (135 - 220 d.C.) Uma parte posterior do documento, chamadade Haggadah, contémo volume de tais referências. Ela fala sobre a presença de Deus como a "luz eterna". Deus enche a terra com "Sua" presença da mesma forma que o faz o sol no mundo fisico. A glória de Deus brilha nesse mundo, de modo geral, e então com poder em certas ocasiões, e tal glória é de Shekinah (Aboth d 'Rabbi Nathan). A luz brilhou no tabernáculo, mas fez seu lar no templo. Embora o Shekinah não estivesse no Segundo Templo, continuou a brilhar no mundo, de modo geral, trazendo a presença de Deus ao homem. Ver o artigo Misticismo, uma palavra que a Teologia e a Filosofia usam para falar do homem a experimentar o divino, os poderes e os seres (incluindo os anjos) mais elevados que ele mesmo.

》》》Toda a teologia, é claro, baseia-se em tais experiências, pois a própria revelação é uma subcategoria da experiência mística.

V. Shekinah's do Novo Testamento:

Embora o NovoTestamento não empregue o termo, há momentos do fenômeno de manifestação da Presença Divina em maneiras especiais:

1°. As diversas aparições do "anjo do Senhor" (como em Lucas 2.9), podem ser assim consideradas.
2°. A glória do Senhor brilhou na face de Jesus Cristo, e Ele mesmo pode ser considerado o Shekinah (11 Cor. 4.6).
3°. Então nós, observando "Sua Face", como em um espelho, somos transformados em "Sua Imagem" pelo trabalho do Espírito de Deus (1° Corintios 3.18). Esta é a mensagem mais alta do Evangelho, a participação no divino, para que os homens possam assumir a natureza divina (11 Ped, 1.4).Essa participação é, logicamente, finita, mas como há um infinito que deve ser preenchido, deve haver ainda um preenchimento infinito. Este é um processo eterno, não um acontecimento único.
4°. A transfiguração de Jesus foi um exemplo notável do Shekinah. Enquanto Ele orava, Seu corpo e Sua roupa se transformaram em um branco intenso (Lucas 9.29; e Mateus 17). Pedro interpretou o evento como um prenúncio da Segunda Vinda (11 Ped. 1.16, 18).

5°. O Apocalipse de Pedro mistura esse evento com a glória de Sua ascensão e talvez Atos 1.9 deva ser visto como outra manifestação da glória divina.

6°. A visão de Paulo de Jesus na estradaà Damasco foi umamanifestação óbvia da glória (Atos 9.3-6; 22.6-11; 26.12-16). 7. O Logos que vivia entre os homens na encarnação do Filho (João 1.14) é o Shekinah que vive continuamente e agora pode ser visto como um intermediário entre Deus e ohomem, conceitoque o termo não tinha nem nos escritos do Talmudenemnos Targuns.

8°. Talvez possamos classificar o primeiro milagre de Jesus (João 2.21) como um momentoespecial da presença manifesta entre os homens, então Seus milagres continuaram a acontecercom esse tipo particularde poder divino e glória entre os homens.

9°. João 17, a oração de sumo-sacerdote de Jesus, fala sobre a manifestação especial do Filho entre os homens para transformá-los e fazer deles filhos de Deus e irmãos do Filho, o Cristo.
10°. A voz que veio do céu (João 12.28) foi um Shekinah audível que foi rotulado o Bath Qol pelos intérpretes hebreus. Ver na Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia o artigo Bath Kol (Qol), para maiores detalhes. No hebraico, o termo significa "filho de voz". Os Targuns e o Talmude usam o termo para significar "A Voz Divina" que revelou as coisas aos homens.
11°. A ressurreição de Jesus foi uma manifestação especial da glória e todos os evangelhos dão descrições do evento. Ver Mateus 28. O anjo do Senhor desceu do céu e rolou a pedra para trás do túmulo, em outro ato divino de glória.
12°. Cristo é o brilho da glória de Deus de acordo com Hebreus 1.3. Ele e chamado de "Senhor de glória" em Tiago 2.1, e o "Espírito de glória" em I Ped. 4.14 é sua "Testemunha". O Pai é a "Glória Majestosa", de acordo com 2° Ped. 1.17.

A afirmação teista. De modo geral, os vários modos de manifestação do Shekinah afirmam que Deus não apenas Criou mas também está sempre presente em seu mundo. Ele não o abandonou e continuamente intervém nas atividades dos homens, recompensando, disciplinando e controlando-as, A doutrinado deísmo que afirma que Deus abandonou Sua criação, e que a lei natural que tomou Seu lugar é contraditória. Claro, há uma lei natural que está em sua instituição, mas a experiência humana mostra que Poder e Glória às vezes se manifestamentre os homens para lembrar que eles não estão sós e que o destino humano transcende o limite físico. De um total de 250 milhões cerca de 15 milhões de americanos passaram por Experiências Perto da Morte (ver o artigo sobre isso na Enciclopédia)e, presumivelmente, o mesmo percentual reina entre outras populações. Essa é uma experiência que dá ao homem um relance da glória de Deus e de sua própria espiritualidade essencial:

O homem é um ser espiritual, não muito inferior aos anjos, e destinado a compartilhar com a divindade. Quando os homens experimentam o Shekinah, são lembrados desses fatos. Devemos ainda ter em mente que tais experiências se destinam a pessoas de todas as épocas. Não há coisas limitadas à época da Bíblia.

Livro Enciclopédia da Bíblia Russel Norman Champlim,  Letra S, pág 197 e 198.

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