Onde está o Fruto?



 “E Já está posto o machado à raiz das árvores; toda árvore, pois que não produz bom fruto, é cortada e lançada no fogo” (Mateus 3.10.)


As igrejas hoje em dia, são medidas pelos números de crentes, e suas construções e brados que propalam os seus pregadores. Devemos tomar cuidados, pois se estas igrejas suntuosas, não forem verdadeiramente cheias de frutos, tenderão ao fracasso espiritual, pois, não adianta estarem todas adornadas e sem vida de piedade. Assim como disse Charles Spurgeon, “Hoje vemos as igrejas de Deus cheias de pessoas vazias de Deus” – As igrejas são como figueiras de Deus, nós os crentes somos como figueiras de Deus, e Deus é o nosso lavrador. Se as almas vierem até nós, sedentas e famintas do fruto da salvação, e não encontrarem nada em nós, pra que servem as nossas folhagens? Porventura Deus atenta para o exterior, para nossas representações, se no nosso coração não tiver graça para proclamar vida e alimento aos famigerados!

Muitos visam encher as igrejas rapidamente, para mostrarem que são poderosas e prosperas. Alguns dignitários vazios de piedade ficam pressionando as igrejas para um crescimento rápido, mas colocarem seus joelhos no chão para produzir no povo e em si mesmos, frutos dignos de arrependimento, ninguém quer!

“E Já está posto o machado á raiz das árvores; toda árvore, pois que não produz bom fruto, é cortada e lançada no fogo” (Mateus 3.10.)

Temos que lembrar que o próprio Jesus, fará a inspeção na figueira, e se não houver fruto! E como diz Spurgeon, como será o resultado?
Muitos crentes professam a religião como o loquaz Apolo, mas ainda não experimentaram o batismo com o Espírito Santo. Muitos ostentam sua virilidade, mas são raquíticos espirituais. A igreja pode até estar como a figueira, num terreno baldio, mas deve ter uma vida vibrante de piedade e santidade de Deus, deve ser uma verdadeira mesa no deserto do mundo!

     As árvores frutíferas produzem frutos na estação certa, como está escrito em salmos, mas parece que existem árvores que resistem as estações certas e ficam por muito tempo exibindo suas folhagens. Ficam com as folhagens da aparência e da prosperidade que usualmente seriam para demonstrar que possuem frutos, e que na verdade, se o lavrador for inspecionar, ficará decepcionado. A figueira deve ser podada no final da estação do frio, onde ficam em estado de hibernação, para na primavera lançar seus renovos e no verão despontar seus frutos, estação própria, é isto. A verdadeira árvore deve acompanhar as estações do ano, senão não haverá fruto que permaneça!

     Ao andar no pomar aqui perto de casa, vejo de longe, algumas árvores com frutos no outono e inverno, quando faço a inspeção, percebo que são frutos crestados pelo frio e incrustados, secos e duros, não presta nem para ser comido de bicho. Muitos crentes, infelizmente estão assim, e são tão caras de pau, que ficam exibindo os frutos como se fossem bons! Não eram nem para ter folhas!
        
  “A figueira produz os frutos antes das folhas. No princípio do ano podemos ver protuberâncias arredondadas que surgem nas extremidades e nas pontas dos galhos, e, ao se avolumarem, evidenciam ser figos verdes. As folhas aparecem depois, e até a árvore ficar totalmente coberta de folhas, os figos estão prontos para serem comidos. Quando uma figueira está totalmente enfolhada, esperamos achar figos nela; doutra forma, não dará mais figos durante aquela estação.”
Fonte: A figueira Murcha. Charles H. Spurgeon. pg. -9. Editora PES.

    Aprendo que devemos dar frutos como a figueira e depois, cobrirmos das folhagens da doçura, das vestimentas do verdadeiro cristão! No caso a figueira produz frutos primeiro e depois veste-se com as folhas verdes e brilhantes! A figueira estava no caminho que conduzia ao Templo, em Betânia. Está num local de evidência, onde todos que vão adorar passam por ela, e fica nítido ver a formosa e esverdeante árvore no caminho! Quantos não querem mostrar que são capazes, sem ao menos dar frutos dignos, “Pelos frutos, os conhecereis” Querem impressionar com tremendos sermões, bem escritos e estudados, mas não produz nenhum crescimento espiritual no povo de Deus.

     Nos dias de hoje, Deus tem fome de ver em nós os frutos, Jesus estava com fome, viu evidentemente que a roupagem da figueira mostrava que era uma figueira carregada de frutos, mas infelizmente, não passou na inspeção do mestre, nem lhe saciou a fome! Deus pode ver de longe, mas Jesus chegou perto!

Qual o pano de fundo desta passagem?
Qual o pano da frente desta passagem?

Antes, temos o Senhor solicitando aos discípulos irem buscar um jumentinho, após, a entrada triunfal, depois pela manhã teve fome, e entra no templo e indigna-se com os vendedores barganhando na casa de Deus! – Jesus, chegou-se ao templo, inspecionou e expulsou os comerciantes!

Por fora as suas folhagens refletem um templo suntuoso, com formas abissais e mirabolantes, cheios de detalhes, mas quando o mestre olha para dentro, ele vê cambistas vendendo azeites e outras invenções... haja vista, Deus se agradando destes...

O que são as folhagens da figueira, sem frutos?

Não adianta, irmos ás escolas bíblicas, comparecermos a todas as orações, a dedicarmos tempos e tempos na casa de Deus, se não houver uma vida intimamente piedosa, ou como disse Spurgeon: “Algum gozo que seja fruto do Espírito Santo, alguma paciência, alguma abnegação, algum fervor na oração, algum andar com Deus, alguma habitação do Espírito Santo”

Lembro-me das palavras do pastor Dirceu Mariano, “A nossa vida externa, deve passar no crivo de Deus” Pois, não adianta estarmos de joelhos, se não estivermos convictos da presença d’Ele; não adianta virmos para as santas ceias, se não estivermos examinando a nós mesmos; não adianta cantarmos, se não estivermos sentindo, que estamos agradando aos ouvidos do Pai. Isto tudo parecerá folhas, somente folhas bonitas, mas secarão!

    Quando oramos e choramos, por algo que necessitamos, fazemos uma tremenda desfolhagem (nos descabelamos) alguns até se descabelam na oração, para mostrar aos outros a sua tamanha necessidade, até ficamos com dó, e chegamos a clamar por eles. Esta oração atrai ao Senhor, que vem inspecionar, se agimos conforme o clamor que o atraiu, foi assim com Sodoma, Ló afligia-se por causa dos crimes do povo, e quando o Senhor se aproximar, ele verá se houve efeito a oração. Infelizmente, muitos gritam e clamam a grandes brados e não possuem uma vida de piedade e arrependimento, clamam com veemência, mas não são sinceros nas obras diante de Deus! – Não passam na inspeção!

Tremamos diante do lavrador, que está com o machado na mão!

Alguns estão como Adão, usando folhas de figueira, para esconder suas vergonhas!

Quando clamamos como Davi, sonda-me ó Deus, e me conheces! – verdadeiramente queremos ser inspecionados por Ele?

Nada foge ao seu olhar, ele penetra todas as coisas, até as profundezas dos homens, Ele sabe o que está no coração!

Os seus olhos são como chamas de fogo! O mesmo fogo que está inserido em Marcos 3;10, que queimará o ganhos secos e sem frutos!

A árvore chamada figueira estava a beira do caminho que levava ao templo, muitos que iam ao templo passavam por ali, vejamos se esta árvore frondosa em suas folhagens não fazia uma propaganda falsa de frutos que não tinha. Servia apenas para atrair a atenção dos transeuntes que famintos se achegavam a ela!



Encontramos pessoas distintas a beira do caminho do templo, com suas roupagens elegantes e belíssimas palavras, mas que não têm nada de profícuo a oferecer serve apenas para distrairmos do caminho da adoração. Os famintos somente encontram nestas pessoas senão mentiras!

Quantos começaram viçosos e agora, sem mais nem menos, murcharam!

Jesus não apenas amaldiçoou a figueira que secou, apenas evidenciou a sua condição!

A condição atual da figueira serve de um grande e tremendo alerta. Tanto nós como eles, devemos examinar se estamos verdadeiramente produzindo virtudes que agradam Àquele que nos chamou, alistou, preparou, capacitou, provou, aprovou e escolheu, para sermos lavoura de Deus e jardim do Senhor!

     Muitos ao ouvir que Jesus amaldiçoou a figueira, ficam tristes e indignados. “Tivestes compaixão da aboboreira, que não trabalhastes, nem a fizeste crescer... e não hei de eu ter compaixão dos homens... (Jonas 4.10-11)” Fica o ensino, Jesus queria salvar o seu povo do sensacionalismo das folhagens, quer salvar as vidas das folhagens que trazem propagandas enganosas que levam os homens para a perdição. Temos dó das árvores e não temos dó dos homens que estão a perecer! Os escribas e fariseus detinham o poder religioso, mas eram secos de Deus, professavam ser Filhos de Abraão, serem respeitadores da Lei de Deus, mas eram apenas pomposas folhagens.








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